AVALIAÇÃO 2020: UMA EXPERIÊNCIA ESCOLAR DESAFIADORA!

O ano letivo de 2020 foi um desafio na construção de uma avaliação escolar, sob meu ponto de vista, no contexto da pandemia da COVID-19, no que se refere à aprendizagem escolar de uma unidade de ensino municipal de Maceió-Alagoas, na qual trabalho. O objetivo deste texto é apresentar algumas sugestões que vivenciei para a formação de professor, visando a avaliação da aprendizagem escolar e condução do processo de ensino remoto, minimizando os prejuízos educacionais no contexto da pandemia da COVID-19 e refletir sobre essas possibilidades de avaliação.

Em uma realidade totalmente nova, na Escola Municipal Dom Antônio Brandão em Maceió-Alagoas, experimentei um misto de medo (sou do grupo de risco), revolta e esperança diante das incertezas do momento da pandemia da COVID-19, da falta de formação específica para o ensino remoto (que nunca havia vivenciado como professor), e que me permitiram refletir sobre meu papel e as condições para enfrentar esse desafio profissional.

Esse desafio profissional foi abordado por meio da escuta do estudante, dos profissionais e demais agentes da Educação, que também se preocupavam com o bem-estar e aprendizagem dos alunos da escola.

E essa aprendizagem dos estudantes, mesmo com todas as particularidades de cada um , aconteceu de forma mínima para alguns e de forma razoável ou satisfatória para outros (escutando-os - é claro que devemos considerar as condições reais de vida de cada estudante no acompanhamento das aulas remotas).

E nas aulas remotas (uma realidade imposta pela COVID-19), via WhatsApp (meio escolhido pelos estudantes para continuar com o processo educativo), o aspecto fundamental que ajudou na continuidade dos estudos foi a participação ou colaboração entre os membros da escola municipal.

Após reuniões ou bate-papo virtual, na tentativa de desenvolver estratégias para acolher, estudar, analisar e apresentar resultados foram sugeridos os seguintes instrumentos de avaliação do desempenho dos estudantes (a avaliação é importante na construção de um novo conhecimento e valorização do conhecimento já agregado pelos estudantes - particularmente, foi um desafio em todos os momentos):

01) vídeos para reflexão;

02) análise de material impresso;

03) listas de exercícios;

04) socialização das conclusões individuais (via texto digitado em grupo de WhatsApp ou via áudio-resposta para o privado do professor ou no próprio grupo de WhatsApp, se o estudante se sentir confortável para tanto).

Posteriormente foi adotada proposição de roteiro de estudo; e utilizei também a construção e leitura de material concreto com alguma funcionalidade (refletindo sobre o conceito de tecnologia - material confeccionado pelos próprios alunos em casa após reflexão sobre esse conceito estudado em sala de aula virtual - via GOOGLE MEET). Também foi considerado a construção de textos sobre os temas propostos (coronavírus; abordagem de um problema ou situação; tecnologia e suas especificidades; fake news, entre outros).

Esses instrumentos e temas propostos foram sugeridos pensando também em competências gerais e específicas, e para as disciplinas de matemática e de ciências, tais como, valorizar o conhecimento já construído historicamente em contextos físico, social, cultural, digital, entre outros.

Pensando nesse contexto de pandemia da COVID-19, também se pensou sobre motivações para ajudar os estudantes nesses novos desafios, compreender, utilizar e criar tecnologias com um significado ou enfrentar, desenvolver e debater situações problemas em vários contextos, utilizando vídeos postados no YouTube.

Então, percebi que a falta de formação específica para o ensino remoto seria um fator não facilitador para o desenvolvimento de meu trabalho. A fim de ajudar os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que em Maceió-Alagoas essa modalidade de ensino é denominada Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), comecei uma busca por formações que oferecessem uma base necessária para um ensino remoto.

Foi uma “corrida” contra o tempo. E nessa “corrida”, participei de lives, web conferências, cursos, palestras, tais como (considere como algumas sugestões, vivenciadas para ajudar no ensino remoto - e me ajudaram muito, além de despertar meu interesse por áreas do conhecimento que não conhecia):

01) Curso de implementação das competências socioemocionais na educação (Instituto Eduardo Shinyashiki);

02) Oficina Google Forms - uma possibilidade no ensino remoto (SEMED-Maceió-Alagoas);

03) Como criar e usar vídeos na educação ( Nova Escola / YouTube EDU);

04) Seminário Internacional de Avaliação da Aprendizagem no Ensino Remoto (Instituto Casagrande);

05) Curso Livre de Neurociência e Alfabetização (Carla Silva - Oficina da Inteligência);

06) Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação (Instituto Casagrande);

07) Oficina de Pixton (Quadrinhos / Professora Débora Massetto - CEDU - Universidade Federal de Alagoas - UFAL);

08) Oficina de Voki (Avatar / Professora Débora Massetto - CEDU - Universidade Federal de Alagoas - UFAL);

09) Oficina de Powtoon (Animação / Professora Débora Massetto - CEDU - Universidade Federal de Alagoas - UFAL);

10) Simpósio Neurociência e Educação (Instituto Casagrande);

11) Curso de Neuroplanejamento de Aulas (Carla Silva - Oficina da Inteligência);

12) Seminário Internacional de Educação Básica Híbrida (ANEBHI);

13) Minicurso - A utilização do MATHIGON e POLY para o ensino de Matemática (VII ECMAT - Encontro Cajazeirense de Matemática - IFPB);

14) Curso de Extensão - Métodos Ativos no Ensino de Matemática (Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL);

15) Simpósios ANEBHI - As boas práticas internacionais de ensino híbrido na educação básica / Perspectivas, desafios e cuidados no uso das tecnologias na educação híbrida (SWAY / MENTIMETER).

Ao longo do ano letivo de 2020, foram aplicados os instrumentos já citados e as devolutivas dadas pelos estudantes, às vezes, mesmo em quantidade reduzida, por diversos motivos (dificuldade de acessar internet, parentes doentes ou desempregados, entre outros), foi considerada satisfatória, desde a construção de um pequeno texto até a análise de uma tabela ou gráfico baseado nos boletins epidemiológicos da COVID-19.

E considerando o contexto epidêmico no qual foram aplicados os instrumentos de avaliação já mencionados, um aspecto importante foi a cooperação dos professores e dos estudantes na realização dessas atividades avaliativas. A cooperação docente e discente foi fundamental nesse processo educativo.

Portanto, após vivenciar a construção, aplicação e análise dos resultados obtidos com a participação de meus pares da escola, dos estudantes por meio de suas falas (incentivando a dedicação e autonomia dos mesmos), a importância da avaliação no processo educativo dos estudantes da Escola Municipal Dom Antônio Brandão, no turno noturno, mesmo com as especificidades de cada estudante, é vital para o replanejamento educacional, visando sempre uma melhoria na qualidade da educação oportunizada ao nosso estudante, principalmente nesse novo contexto da pandemia da COVID-19 para o ano letivo de 2021. As expectativas são boas em face de vários fatores, tais como, vacinação em massa, não arriscando a vida do professor, das famílias e dos estudantes; formações oferecidas por várias instituições, entre outros. Foi uma experiência desafiadora e com a sensação de dever cumprido!