Para refletir ...
- Professor Pessoa
- 30 de jan. de 2024
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PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO NA ECONOMIA CRIATIVA NA POS-PANDEMIA DA COVID-19
Professor Werson Brandão
Este texto caracteriza-se por ser uma visão critica e analítica sobre a atual situação da saúde social do Brasil e a probabilidade de atuação de uma educação pautada na economia criativa.
Certamente, com o surgimento da covid-19 o isolamento social apareceu como solução plausível à pandemia instalada. Obviamente, esta medida provoca impactos na economia que alteram a forma de convivência e sobrevivência social.
Desta forma, encontrar uma medida para reinventar a forma de sobrevivência de grande parte dos trabalhadores, tornou-se uma necessidade irrevogável, tanto para garantir a sobrevivência da população, quanto para efetivar uma eficácia ao isolamento social.
Considerando este novo momento a economia criativa, enquanto uma nova estratégia de desenvolvimento aparece como um recurso que pode preservar os valores humanos e econômicos. A economia criativa tem por base o uso do capital intelectual e cultural para programar ações inovadoras em diversos campos.
Segundo Chedid (2017) é uma maneira de criar um produto ou serviço, sempre com um valor simbólico embutido, servindo como uma ferramenta para o desenvolvimento econômico e social.
Dito isto, podemos verificar que não se trata de uma mera estratégia de atuação, configura-se como uma forma de reconhecer o valor simbólico em diversos grupos e torná-los com isso um meio produtivo.
Chedid (2017) cita que:
De acordo com o plano da secretaria da economia criativa, os setores criativos são "aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em riqueza cultural, econômica e social"
Neste contexto o capital intelectual enquanto toda forma de conhecimento aplicada habilmente, favorece a estruturação prática de diversas áreas profissionais. Ligado a este se encontra o capital cultural pautado como um meio sine qua non para a realização social do indivíduo.
Para uma compreensão mais clara sobre capital cultural, como sendo:
[...] conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à posse de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de reconhecimento e de interreconhecimento ou em outros termos, à vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns (passíveis de serem percebidas pelo observador, pelos outros ou por eles mesmos), mas também são unidos por ligações permanentes e úteis. (BODART, 2010 apud BOURDIEU,1998)
Desta forma pode implicar que ao pensar em economia criativa está também considerando o avanço do capital cultural e, por que não do capital intelectual do individuo em sociedade. A junção destes capitais pode favorecer a superação de uma situação por meio de seu uso.
É neste ponto que a educação surge como uma fonte significada para a efetivação de uma economia criativa, enquanto meio de superação das dificuldades causadas pela pandemia.
Pode ponderar que o ambiente de aprendizado fortalecido com o desenvolvimento das potencialidades locais e do individuo tende a construir soluções viáveis para a sociedade.
O ambiente escolar é um terreno fértil à formação de conhecimentos. Sem dúvida, ampara todo um procedimento em que o discente pode identificar sua habilidade e, por conseguinte, seu campo de atuação.
Criar um encontro entre a escola e a economia criativa torna-se um meio para contribuir na construção de soluções que tenham uma viabilidade comercial, visto a situação econômica abalada pela pandemia. Claro, isto dentre outros motivos/causas a serem vistas, estudadas e trabalhadas.
Chedid (2017) nos esclarece que a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) elaborou um modelo que classifica as indústrias criativas em quatro eixos que são: Patrimônio, Artes, Mídias e Criações Funcionais, sendo que juntas se desmembram em nove setores, conforme ilustrado abaixo:
Sendo assim, a economia criativa tem uma correlação com a produtividade, devendo esta ser pautada na amplitude da capacidade do sujeito EU agir de forma proativa em seu meio social.
Certamente, a educação tem como desafio tornar-se um agente de mudanças e de transformação preparando o alunado para uma nova realidade econômica e social. Isto favorece ao campo educacional caracterizar-se como um espaço único para a experiência e aprendizado sobre economia criativa.
Dentre os desafios econômicos a serem enfrentados e, que podem nortear a atuação no âmbito educacional destacam-se: a fragilidade de algumas empresas, a implementação de transformações digitais/tecnológicas, a estruturação do grupo de trabalho home office, diversificação das modalidades de atendimento em diversos grupos e conforme a clientela, dentre tantos outros a serem identificados nos estudos.
Tem clareza que o campo econômico mudará e inovará em vários aspectos. Estas mudanças impulsionarão a sociedade de forma geral e imperativa, condicionando para um crescimento irreversível.
O mundo já mudou, a covid-19 favoreceu essa transformação em vários campos e agora se faz necessário programar por meio da educação os meios para estas transformações.
REFERÊNCIAS
BODART, C.N. A Importância do Capital Cultural: contribuição de Pierre Bourdieu. Café com Sociologia, 2010. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/importancia-do-capital-cultural/>. Acesso em: 01 jun. 2020.
CHEDID, S. Você sabe o que é Economia Criativa? Politize, 2017. Disponível em: <https://www.politize.com.br/economia-criativa>. Acesso em: 01 jun. 2020.
BRASIL, Ministério da Cultura. Plano da Secretaria da Economia Criativa: politicas, diretrizes e ações, 2011-2014, Brasília: Ministério da Cultura, 2017.
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